Cifra Club

“Dia Mundial do Rock”: descubra o que a ciência diz sobre o estilo

Os termos “provocativo”, “desafiador”, “contestador” e “politicamente incorreto” são alguns dos sinônimos do rock and roll, correto? Como você sabe [e se não sabe, tá na hora de fazer o dever de casa ;)], a música que fecha o disco “Back in Black”, petardo do AC/DC, não deixa por menos e afirma que o rock “não é poluição sonora”.

Segundo os caras do AC/DC, o rock não é poluição sonora (Foto/Internet)

Do ponto de vista de um roqueiro, as palavras acima soam com a mesma suavidade de um cântico. É como se pudéssemos ouvir os lendários Beach Boys cantando a música dos anjos, não é mesmo? Mas o que será que a ciência diz sobre “esse tal de roque enrow”?

A resposta é pouco animadora, amigo leitor roqueiro. Em um curioso estudo recente, a Universidade Estadual do Mississippi, nos Estados Unidos, desmente o conteúdo da música do AC/DC citada no primeiro parágrafo do presente texto. Segundo os frios e calculistas olhos da ciência, o rock and roll é considerado poluição sonora. Conduzidas pelos departamentos de “Ciências Biológicas” e de “Vida Selvagem, Pesca e Aquicultura”, e publicadas no periódico “Ecology and Evolution”, as pesquisas revelaram que músicas de rock podem trazer um efeito prejudicial a ecossistemas de diversas origens.

Rock não fez bem para o ecossistema testado na pesquisa (Foto/Brandon Barton, CC BY-ND)

Os resultados da pesquisa revelam que quando os ecossistemas estavam expostos ao rock e a sons urbanos, as joaninhas perderam eficácia predatória, o que culminou em populações maiores de pulgões e menor biomassa para as plantações de soja. De acordo com o responsável pelo estudo, Brandon Barton, que é professor da universidade e fã incondicional da banda dos irmãos Young, a pesquisa provou que o som pode alterar um organismo e, consequentemente, provocar efeitos em outros.

Foi difícil para nós. Odiamos ter que discordar do AC/DC. Não achamos que seja poluição sonora, mas as joaninhas acham. É uma distinção importante

Durante o estudo, o professor Barton e seus escudeiros experimentaram os efeitos de canções de rock, country e sons urbanos mais convencionais em ecossistemas de joaninhas, pulgões e plantações de soja. O rock foi, inclusive, representado pelo disco “Back In Black”, tocado na íntegra por cerca de 15 dias.

Foto de Gustavo Morais

Gustavo Morais

Jornalista, com especialização em Produção e Crítica Cultural. Pesquisador independente de música, colecionador de discos de vinil e mídias físicas. Toca guitarra, violão, baixo e teclado. Trabalha no Cifra Club desde novembro de 2006.

Leia também

Ver mais posts

Cifra Club Pro

Aproveite o Cifra Club com benefícios exclusivos e sem anúncios
Cifra Club Pro
Aproveite o Cifra Club com benefícios exclusivos e sem anúncios
OK