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Gente que faz: 3 iniciativas que transformam música em ativismo

Além de linguagem universal e expressão artística, a música é uma poderosa ferramenta de ativismo. Esse lado solidário é uma das variáveis que fazem a canção unir o que homem separa. Pensando no valor e na importância do traço de empatia que há no DNA musical, selecionamos três iniciativas que transformam música em causas ativistas.

1) Luz sendo luz

Em agosto de 2018, a banda Natiruts deu o ponta pé inicial na divulgação de seu novo disco de inéditas. A empreitada começou com o lançamento da música “Serei Luz”, que conta com a participação do cantor Thiaguinho.

A conexão reegae + pagode rendeu em uma bela demonstração de ativismo. Seguindo a mensagem da música, que propaga amor e paz, a banda apoiará o trabalho de três instituições através de uma ação online. Em uma página produzida especialmente para a dinâmica, os fãs poderão “doar seus streams”.

Povo bom, povo do bem (Foto/Divulgação)

Na prática, o rolê funciona assim: o usuário deve escutar a música “Serei Luz” no Spotify, acessar a página da ação e selecionar a ONG que receberá o crédito relacionado ao streams. Quanto mais vezes ouvir a música, mais plays poderá doar.

Bem bolada a ideia, não é mesmo? Para participar, acesse a página da iniciativa e faça a boa ação do dia!

2) Poder para o povo

Já que “a voz do povo é a voz de Deus”, o produtor musical americano Mike Boston deu um jeito de amplificar as palavras da força superior. Comandando o estúdio de gravação móvel Mobile Stü, Mike dá voz aos jovens nas ruas de Boston, em Massachusetts.

“Em qualquer lugar em que há pessoas que querem ser ouvidas ou que desejam desabar, levamos o Mobile Stü e damos a elas a opção de gravar, recitar uma poesia, cantar, fazer rap, se expressar”, explica Boston.

Estúdio móvel da voz ao povo (Foto/Facebook)

Quando estaciona o Mobile Stü em algum dos mais diversos locais da cidade, o produtor ajuda as crianças e adolescentes da comunidade a criarem suas próprias músicas, gravando-as em tempo real. Mike Boston também acredita que é importante usar a iniciativa para integrar a polícia e a juventude local. Segundo ele, o estúdio móvel ajudam os cidadãos que moram nas comunidades compreenderem que um policial não está lá para prendê-los ou apenas para vê-los quando algo ruim acontece.

3) É “solidariedade” que fala, né?

Com sede em Nova York, a ONG Hopeful Cases [“Maletas de Esperança”, em português] – trabalha com o intuito de recrutar músicos dispostos a investir tempo e talento para dar uma força para cidadãos que vivem nas ruas de uma das maiores cidades do mundo. Fruto das ideias e da solidariedade de William Boyajian, o projeto incentiva a doação das gorjetas recebidas ao longo das apresentações nas estações de metrô de NYC.

“Se você está desabrigado ou precisa de ajuda, pegue o quanto precisar da caixa (eu só gosto de tocar)”, diz a placa que William deixa apoiada na maleta de seu violão.

William Boyajian e seu violão solidário (Foto/Facebook)

Quando as apresentações acabam e ainda há grana em caixa, os músicos circulam pelas ruas próximas às estações para doar o “saldo” a outras pessoas necessitadas. A ONG também investe o dinheiro arrecadado na compra de cartões de metrô, meias e material escolar para pessoas em situação de rua, além de disponibilizar produtos de higiene feminina e de higiene pessoal nas maletas durante as apresentações.

 

Foto de Gustavo Morais

Gustavo Morais

Jornalista, com especialização em Produção e Crítica Cultural. Pesquisador independente de música, colecionador de discos de vinil e mídias físicas. Toca guitarra, violão, baixo e teclado. Trabalha no Cifra Club desde novembro de 2006.

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