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Coletivo usa inteligência artificial pra criar “álbum de pop perfeito”

Surgida em algum momento da década de 1950, a inteligência artificial está cada vez mais dentro do fantástico mundo da música. Tal conexão pode ser encontrada no álbum “The Songularity”, um dos projetos desenvolvidos pelo coletivo de música e tecnologia Botnik.

Capa do dito “álbum de pop perfeito” (Divulgação)

Utilizando alguns algoritmos, a turma do Botnik criou uma porção de músicas que seguem o estilo de composição de astros do pop rock. Para realizar as façanhas, a inteligência artificial seguiu a pegada das letras de canções já gravadas, textos da Amazon, acontecimentos históricos, críticas de jornal, entre outras variáveis. Sem o menor pudor, o coletivo acredita que a matemática foi capaz de produzir o “álbum de pop perfeito”.

Na teoria é lindo, mas e na prática?

Para tirar o projeto dos campos cibernéticos, um time de artistas, compositores e desenvolvedores gravaram as músicas em Chicago, nos EUA. Entre outras inspirações, a turma criou obras inspiradas em Bob Dylan, Morrissey, entre outros. Para explicar um pouco desse rolê, listamos abaixo alguns dos momentos mais notáveis do disco.

1. O fantástico mundo de Mozz

Na concepção da faixa “Bored With This Desire To Get Ripped”, o coletivo combinou letras de Morrissey com os comentários da Amazon sobre o DVD de exercícios domésticos “P90X”. O resultado dessa improvável mistura você confere abaixo.

2. Deux ex machina no rock

Um dia foi apontada como a “salvação do rock”, a banda The Strokes não lança material inédito há um tempinho. Se você anda com saudades do rock modernoso [ainda pode ser chamado assim?] de Julian Casablancas e sua turma, a tecnologia desenvolvida pelo Botnik parece ter resolvido parte do problema. Utilizando alguns algoritmos, o coletivo de música e tecnologia escreveu “I Don’t Want to Be There”, faixa cuja letra foi criada por um algorítimo que vasculhou as letras já gravadas pela banda.

Dê o play e tire suas próprias conclusões:

3. Surf politizado 

Por sua vez, a faixa “Soviet Nights” combina os tons conservadoristas dos discursos do ex-presidente Ronald Reagan com as ensolaradas letras do The Beach Boys, a icônica banda de surf rock. Por sua vez, o arranjo lembra bastante as bandas de tecnopop da década de 1980.

4. Criticando com a crítica

Em 1964, Bob Dylan deu um “puxão de orelhas” na sociedade com a música “Positively 4th Street”. Por sua vez, o disco do Botnik  apresenta a faixa “Negatively 4th Street”, uma canção onde a poesia ácida de Dylan faz um crossover com as críticas negativas acerca do restaurante “4th Street”, localizado em Manhattan. 

E aí, amigo leitor? “The Songularity” tem potencial para ser o “álbum de pop perfeito”? Que tal contar sua opinião pra gente lá nos comentários?

Foto de Gustavo Morais

Gustavo Morais

Jornalista, com especialização em Produção e Crítica Cultural. Pesquisador independente de música, colecionador de discos de vinil e mídias físicas. Toca guitarra, violão, baixo e teclado. Trabalha no Cifra Club desde novembro de 2006.

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