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Ficar arrepiado quando ouve música significa ter cérebro especial

Música é amor, simples assim (Foto/Pexels)

Entre outras coisas, a música é uma linguagem universal que combina ritmo, melodia, harmonia e, eventualmente, palavras. Instintivamente qualquer pessoa reconhece a capacidade que a música tem de exercer efeitos extraordinários para os seres vivos, incluindo o despertar de sensações bem estar.

Essas combinações de sons, no entanto, nos afetam de formas diferentes. Enquanto uns ficam arrepiados ao escutarem uma determinada canção, outros, apesar de apreciarem a música, permanecem relativamente indiferentes ao escutá-la.

Ouvir música provoca “orgasmos na pele” de determinadas pessoas (Foto/Pexels)

Encucada com tamanha disparidade, a ciência logo deu um jeito de descobrir as razões que fazem com que a música provoque “orgasmo na pele” de alguns e impassividade em outros. Para tal, cientistas da Universidade de Harvard fizeram um estudo com 20 voluntários apaixonados por música, sendo que 10 deles já se arrepiaram ouvindo músicas e a outra metade experimentou tal sensação. Segundo o site Minilua, não houve qualquer limitação no tipo de canção, ou seja, durante o estudo se ouviu desde o pop do Coldplay até as sinfonias de Wagner.

Na primeira etapa do estudo, enquanto os voluntários ouviam apenas os trechos arrepiantes de cada faixa, os pesquisadores observaram os efeitos das músicas no corpo. Nesta fase, os batimentos cardíacos e o suor da pele dos participantes foram monitorados para identificar os seus níveis de excitação sexual e emocional. O coração de todos acelerou, mas a resposta emocional dos participantes que arrepiam foi bem mais intensa.

A segunda etapa analisou o cérebro de cada voluntário, usando uma técnica de ressonância magnética que mostra as conexões entre diferentes regiões do cérebro. Os cientistas descobriram que os participantes que se arrepiam possuem mais fibras nervosas saindo do córtex auditivo e se ligando ao córtex insular [responsável por controlar as emoções] e a ao córtex pré-frontal [fortemente ligado a personalidade do indivíduo].

Voluntários ouviram vários tipos de música (Foto/Pexels)

Diversos estudos científicos entendem que o arrepio musical é fruto da expectativa e da surpresa que uma canção é capaz de proporcionar. A reação química que o ser humano tem ao ouvir uma música emocionante é parecida com o sentimento despertado quando realizamos outras tarefas essenciais, como comer ou fazer sexo. Por isso, a neurociência entende que o arrepio musical é uma espécie de “orgasmo na pele”.

Os pesquisadores da Universidade de Harvard descobriram que o cérebro das pessoas que se arrepiam possui conexões especiais que afetam como as canções são processadas. Apesar dos pesares, os cientistas ainda não sabem se as pessoas que se arrepiam são mais sensíveis por natureza ou se essa sensação é um fundamento que ser desenvolvido.

Foto de Gustavo Morais

Gustavo Morais

Jornalista, com especialização em Produção e Crítica Cultural. Pesquisador independente de música, colecionador de discos de vinil e mídias físicas. Toca guitarra, violão, baixo e teclado. Trabalha no Cifra Club desde novembro de 2006.

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