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Estudo analisa quanto tempo dura o sucesso para artistas brasileiros

Como medir esse tal de “sucesso”? (Reprodução/Sociedade Brasileira de Coaching)

Imagine que você, amigo leitor, vai fazer uma prova sobre conhecimentos musicais e tenha que lidar com a situação abaixo:

Questão 01 – Quanto tempo dura o sucesso? 

  • a) Um disco
  • b) Alguns singles
  • c) Uma carreira cheia de altos e baixos, mas longeva
  • d) Uma estação do ano, de preferência o verão
  • e) Todas as alternativas estão corretas

Qual alternativa você escolheria? Se você não selecionou a alternativa “e”, sua resposta está errada. Segundo um estudo realizado pela Playax, empresa de monitoramento e inteligência musical, o sucesso assume os mais variados tempos de duração. Existem envolvimentos diferentes, isto é, “cada caso é um caso”. Os fãs se envolveram de forma intensa e passageira com o trabalho do trio MC Loma e As Gêmeas Lacração, do hit “Envolvimento”, por exemplo. Em contrapartida, o veterano Gilberto Gil é um exemplo de como conseguir estabilidade na carreira.

Reinado de Loma começou e acabou na mesma velocidade (Foto/Divulgação)

Para construir o relatório, a Playax considerou execuções de todas as músicas dos artistas no Spotify, no YouTube e em rádios ao longo de 2018. A pesquisa também indicou um índice consolidado, que faz uma média da evolução das execuções nos três meios (IAM – índice de audiência musical). No final das contas, a pesquisa indica que aá subidas fugazes, contínuas, irregulares, carreiras estáveis e em queda – conforme você pode conferir nos exemplos abaixo.

Modelo “ascensão e queda” – Exemplo: MC Loma

A frieza dos gráficos revelam que o trio liderada pela jovem pernambucana estourou, no Carnaval de 2018, seu hit “Envolvimento”. A faixa ficou em primeiro lugar no Spotify, no YouTube e depois nas rádios.

A artista chegou a ter outras músicas com boa execução, como “Não se apaixona” e “Treme treme”. Porém, as faixas não tiveram fôlego suficiente para manter o fenômeno. Veja as curvas de execução das músicas de Loma abaixo. [O IAM, na linha azul, é um índice consolidado da Playax que considera a execução total na internet e nas rádios].

Gráfico mostra curva de crescimento e queda de execuções de MC Loma ao longo de 2018 (Reprodução/Playax)

Possivelmente, a queda do sucesso pode estar relacionada aos problemas que a cantora enfrentou com os empresários e com a Vara da Infância.

Modelo “crescimento contínuo” – Exemplo: Ferrugem

Eis a melhor curva possível para um artista! Trata-se de uma amostra de crescimento constante e sem indícios de que vá diminuir. Este é o modelo em que se encaixa o pagodeiro Ferrugem, o artista que vem revigorando o fôlego da popularidade do pagode.

Segundo o relatório da Playax, o crescimento ininterrupto de Ferrugem é reflexo de uma equação quase que infalível : “Planejamento de carreira, investimento em marketing, execução maciça em rádio, participação em programas de TV e parcerias com artistas populares são alguns dos estímulos que impulsionaram o artista”.

Gráfico mostra pleno crescimento de Ferrugem ao longo de 2018 (Reprodução/Playax)

Ainda de acordo com a empresa, as previsões para o 2019 do artista são as melhores possíveis.

Modelo ‘do zero ao topo’ – Exemplo: Melim

Trata-se de um modelo parecido com o de Ferrugem, e mostra um saldo positivo ao longo do ano. Porém, ao contrário da curva da carreira do pagodeiro, que não dá indicação de que vai parar de crescer, o trio Melim parece ter encontrado um “teto”. Desta forma, o estudo indica que o trabalho do trio tende a continuar tocando bem, mas não dá sinais de que vai continuar subindo.

Gráfico mostra que Melim chegou no teto (Reprodução/Playax)

“Nos serviços de streaming, passou de uma média mensal de 2 milhões de plays em janeiro para 89 milhões em novembro e, desde então, mantém essa média”, descreve o relatório.

Modelo ‘escada’ – Exemplo: Mano Walter

A estratégia é simples: o artista lança uma música, divulga bastante e dá um tempo. Lança outra, trabalha bastante e dá mais um tempo até a próxima investida. E a operação vai se repetindo ao longo do ano. Este o modelo tem funcionando com sucesso para o alagoano Mano Walter. Ao longo de 2018, ele conseguiu ao menos três grandes impulsos de crescimento de sucesso.

Gráfico mostra a escalada do sucesso de Mano (Reprodução/Playax)

“Diferente do crescimento contínuo, neste modelo vemos períodos de consolidação seguidos de picos de audiência e o retorno a um patamar maior. O exemplo de 2018 é Mano Walter, que teve lançamentos bem-sucedidos e esforços de marketing coordenados desde o fim de 2017”, descreve o relatório.

Modelo ‘estável’ – Exemplo: Gilberto Gil

É o movimento mais fácil de ser explicado e previsto: são os casos de artistas com carreiras consolidadas e repertório consagrado e grande. Gilberto Gil , mesmo tendo lançado um novo disco em agosto de 2018, apresenta um gráfico linear, descreve a Playax.

Gráfico representa a estabilidade de Gil, um artista veterano (Reprodução/Playax)

Apesar não chegar a picos extremos, como é o caso de outros artistas citados, as execuções são mais estáveis e mostram que o artista tem um público mais do que cativo.

Modelo “queda contínua” – Exemplo: Pabllo Vittar (em 2018)

Mais um um modelo com saldo negativo, mas não tão drástico quanto o de ascensão e queda de Loma.

“Queda na popularidade é comum aos artistas em momentos de poucos shows ou nenhum lançamento, mas é um ponto de atenção quando essa queda se repete por meses consecutivos”, indica a Playax, dando o exemplo de Pabllo Vittar ao longo do ano de 2018.

Gráfico de Vittar não é dos melhores (Reprodução/Playax)

Entretanto, a curva do relatório é definitiva. Pabllo, por exemplo, lançou em outubro seu segundo álbum, “Não para não”. Nesta segunda-feira (4), a artista lançou o clipe da música “Seu crime”. Em dois dias, o vídeo ultrapassa a marca de 2,8 milhões de views. Será que neste ano a curva do sucesso de Vittar vai dar outra reviravolta? Faça suas apostas, amigo leitor…

Para mais informações, consultas e pesquisas, acesse o estudo completo.

Foto de Gustavo Morais

Gustavo Morais

Jornalista, com especialização em Produção e Crítica Cultural. Pesquisador independente de música, colecionador de discos de vinil e mídias físicas. Toca guitarra, violão, baixo e teclado. Trabalha no Cifra Club desde novembro de 2006.

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