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Tocar bateria melhora desempenho acadêmico de crianças com autismo

Clem Burke é músico e cientista (Foto/clemburkedrummingproject.org)

Além de ser baterista do Blondie, o músico Clem Burke lidera o “Clem Burke Drumming Project”, uma associação de acadêmicos, bateristas, estudantes universitários. Bastante antenado com as questões científicas, o roqueiro colaborou com pesquisadores da Universidade de Chichester, na Inglaterra, em um estudo que relaciona o ensino de bateria ao desempenho escolar de crianças com autismo.

De acordo com a pesquisa, tocar bateria durante uma hora pode beneficiar crianças diagnosticadas com autismo. Os resultados iniciais do estudo mostraram que, durante dez semanas, em apenas 30 minutos de aula de bateria, os participantes da pesquisa obtiveram uma considerável melhora no desenvolvimento motor, adquirindo destreza, ritmo e compasso.

E os os benefícios não param por aí. Além do aprendizado do instrumento, os participantes também tiveram avanços em suas atividades pessoais e escolares. Segundo relato dos professores, observou-se uma série de mudanças positivas no comportamento dentro do ambiente escolar, tais como melhor concentração e melhor comunicação com colegas e adultos.

No final das contas, a música sempre salva (Foto/Pexels)

Segundo Marcus Smith, co-fundador do “Clem Burke Drumming Project”, tocar bateria beneficia a todos, e não apenas pessoas diagnosticadas com autismo. “O instrumento é uma ferramenta muito potente para conter ou desacelerar doenças no cérebro”, garantiu ele ao site Open Culture.

Embora vários estudos ao longo dos anos tenham revelado afirmações semelhantes, os dez anos de pesquisa do “Clem Burke Drumming Project” a respeito dos efeitos da bateria sobre a saúde e o comportamento do cérebro dão a esse estudo um peso especial. Ainda assim, como sempre na pesquisa científica, mais evidências podem ajudar a refinar as aplicações. Outra pesquisadora do estudo, a Dra. Ruth Lowry, parece otimista em sua avaliação das descobertas, expressando esperanças de que mais pesquisas “forneçam novas evidências de que o rock tem benefícios positivos em termos de mudanças na destreza e concentração, além de trazer benefícios sociais e comportamentais”.

Foto de Gustavo Morais

Gustavo Morais

Jornalista, com especialização em Produção e Crítica Cultural. Pesquisador independente de música, colecionador de discos de vinil e mídias físicas. Toca guitarra, violão, baixo e teclado. Trabalha no Cifra Club desde novembro de 2006.

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