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CEO da Fender fala sobre crise da Gibson e tendências de mercado; veja

Segundo Andy Mooney, a crise não chegou na Fender (Foto: Internet)

Em uma reveladora entrevista à revista Forbes, o CEO da FenderAndy Mooney, não se esquivou de comentar sobre vários assuntos envolvendo o mercado de guitarras. Entre outras coisas, ele falou sobre os problemas da concorrente Gibson, tendências mercadológicas e demonstrou desconhecer quaisquer tipos de crises com vendas de instrumentos.

Nos meses de novembro, dezembro e janeiro, nossas vendas aumentaram 13,5%, 15% e 15%, respectivamente. Não temos visto o crescimento da indústria nesse nível há muitos anos. Estamos crescendo em ritmo mais acelerado do que a indústria e desfrutando desse crescimento. Entendo que Os problemas de Gibson são criações deles mesmos, ou seja, não é ‘culpa da indústria’

Um dos acertos da Fender foi descobrir o público que está em busca do primeiro instrumento musical. Cerca de dois anos atrás, a fabricante fez muitas pesquisas sobre novos compradores de violão. Segundo Mooney, “45% dos instrumentos vendidos a cada ano são para músicos iniciantes”. Ainda de acordo com ele, “90% dos iniciantes abandonaram o instrumento nos primeiros 12 meses – se não nos primeiros 90 dias. Os outros 10% que seguiam com o aprendizado, não costumavam ‘se comprometer com o instrumento por toda a vida’ e compravam muitas guitarras e muitos amplificadores”.

Músicos iniciantes e mulheres são os grandes focos da Fender (Foto: Internet)

Nas pesquisas de mercado, o CEO também revelou a força feminina na movimentação do mercado de vendas de instrumentos:

Descobrimos que 50% dos novos compradores de guitarras eram mulheres. A tendência delas era comprar online, e não em uma loja física, porque o fator de intimidação em uma loja física é bastante alto

As análises de Andy Mooney também indicam que a questão do aprendizado é o foco. Segundo Mooney, os compradores da nova geração estavam investindo 4 vezes mais no aprendizado do que em instrumentos e equipamentos. Essa tendência fez com que a Fender dedicasse mais atenção à plataforma de cursos online de guitarra, a Fender Play. Como consequência, segundo o CEO, a empresa mergulhou em um considerável aumento nas vendas de instrumentos da fabricante.

Os boa e barata linha Classic é ideal para o músico iniciante (Foto: Internet)

Outra revelação interessante foi a respeito da aposta que a Fender tem feito no lançamento de violões. Na ótica da fabricante, “os músicos transitam bastante entre o elétrico e o acústico”. Partindo da condição de que o foco principal da empresa está nos músicos que estão aprendendo a tocar, a intenção é oferecer instrumentos que façam com “os iniciantes possam fazer a transição [entre acústico e elétrico], mas sem sentir grandes mudanças”, disse Mooney. “Nós queríamos que o braço e os controles fossem os mesmos nas duas modalidades”, completou. Como consequência, segundo o CEO, a empresa tem “muito mais espaço para aumentar nossa participação no mercado de acústico do que de elétrico”.

Foto de Gustavo Morais

Gustavo Morais

Jornalista, com especialização em Produção e Crítica Cultural. Pesquisador independente de música, colecionador de discos de vinil e mídias físicas. Toca guitarra, violão, baixo e teclado. Trabalha no Cifra Club desde novembro de 2006.

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