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Ouvir música alta no carro faz mal à saúde e ainda dá multa

Som alto no carro faz mal à saúde e aos bolsos

Ouvir música no carro faz bem, desde que não seja no volume alto (Foto/Pexels)

A música é uma grande companheira de todos nós e de todas as horas, inclusive dos motoristas no trânsito. Ajuda a relaxar, faz o tempo passar mais rápido nos congestionamentos. Mas o que é agradável pode virar um perigo se o volume do som é alto demais, podendo acarretar danos irreversíveis à audição.

Isso ocorre porque o alto volume em ambientes fechados, como nos carros, fica concentrado, não se propaga. E, acima de 85 decibéis, o mal se agrava, causando o poucos a morte das células ciliadas do ouvido e danos aos nervos internos da orelha, ao longo do tempo. Quanto mais repetirmos esse hábito, pior. A perda de audição é cumulativa. Pode não se manifestar imediatamente, mas seus efeitos serão sentidos mais tarde. Pesquisas apontam que a exposição ao som alto todos os dias, durante apenas uma hora, ao longo de cinco anos, já pode causar perda auditiva de grau leve.

O som entra pelo conduto auditivo até chegar à cóclea, onde ficam as células ciliadas do ouvido, que são os receptores sensoriais do sistema auditivo. Com a exposição intensa a altos volumes sonoros as células vão morrendo e, como não são regeneradas pelo organismo, a audição vai diminuindo de forma lenta, mas progressiva. É o que se denomina Perda Auditiva Induzida por Nível de Pressão Sonora Elevada (PAINPSE). Ela é irreversível e pode se agravar ao longo dos anos, explica a fonoaudióloga Isabela Carvalho, da Telex Soluções Auditivas.

O volume do som dentro de um carro pode facilmente chegar a 100 decibéis. Além da música alta, é preciso levar em conta os barulhos provenientes do trânsito e da rua e as conversas dentro do carro. Tudo isso somado é bastante prejudicial à saúde auditiva.

Duas coisas que não combinam: som no volume alto e trânsito

Ajuste o volume do som e curta sua música sem ter problemas (Foto/Pexels)

“Quanto mais alto o volume do som, maior é a pressão sonora em ambientes fechados. Mas quem gosta de música não precisa perder o hábito de ouvi-la ao volante. Basta manter o volume dentro do limite seguro, de até 85 decibéis. Para saber se a altura do som no carro está dentro do indicado o motorista precisa conseguir ouvir o que os outros passageiros falam, inclusive no banco de trás, além de escutar bem os barulhos externos ao veículo”, orienta a fonoaudióloga.

Outro fator que agrava o hábito de ouvir música alta dentro do carro é que a prática é considerada infração grave, segundo o Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Além de prejudicial à saúde, o som em excesso atrapalha e incomoda os demais motoristas e pedestres, e ainda perturba o trabalho em escolas, hospitais, empresas e atividades urbanas.

Música alto no trânsito é infração grave

Som em alto volume no carro faz mal até pra saúde do bolso (Foto/Portal do Trânsito)

A multa pode ser aplicada quando o motorista é flagrado com o som do carro audível do lado externo do veículo, independentemente do volume, perturbando o sossego público. Os motoristas estão sujeitos à perda de cinco pontos na carteira e à multa de R$ 127,69.

“A medida do Contran ajuda a preservar a saúde auditiva dos condutores e da população em geral. É aconselhável que o indivíduo que se expõe a sons muito altos com frequência consulte um médico otorrinolaringologista uma vez ao ano para avaliar se já há perda auditiva e como tratá-la”, orienta Isabela Carvalho, especialista em audiologia.

Se você tem a sensação de pressão ou ouvido tampado, dores de cabeça, zumbido ou dificuldades para escutar e entender o que as pessoas falam, pode estar com algum grau de perda auditiva. Nesse caso, um especialista poderá medir o quão comprometida está a sua audição e qual o tratamento indicado. A solução, em muitos casos, é o uso de aparelhos auditivos.

Portanto, previna-se do barulho em excesso sempre que possível. Coloque o volume do som do carro dentro do recomendável. Os seus ouvidos – e o seu bolso – estarão preservados, bem como a boa convivência com as pessoas.

Foto de Gustavo Morais

Gustavo Morais

Jornalista, com especialização em Produção e Crítica Cultural. Pesquisador independente de música, colecionador de discos de vinil e mídias físicas. Toca guitarra, violão, baixo e teclado. Trabalha no Cifra Club desde novembro de 2006.

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