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Conheça um pouco mais sobre o trabalho de um afinador de piano


No meio musical, uma série de personagens que articulam importantes engrenagens não recebe tantos holofotes quanto deveria. Um desses atores menos glamourizados é o afinador de piano, profissional de extrema importância para estúdios, escolas de músicas, orquestras, bandas, entre outros locais e lugares onde a música é feita.

O piano tem mais de 200 cordas (Foto: Internet)

Dono de uma anatomia complexa, o piano possui aproximadamente 230 cordas. Com uma simples conta, não fica difícil compreender que o trabalho de afinação do instrumento requer muito esforço, concentração, paciência e dedicação.

Equipamentos usados para afinar o piano (Foto: Divulgação)

Para entendermos um pouco mais sobre a rotina de um afinador de piano, nós conversamos com o mineiro Thatsom Isnards. Formado no curso Afinação e Restauração de Pianos, da Universidade de Música Popular Brasileira (Barbacena/MG)Isnards tem 23 anos de idade e quatro de profissão.

Thatsom Isnards estudou afinação de pianos por quatro anos (Foto: Arquivo pessoal)

Segundo Isnards, os cursos que ensinam a profissão são poucos propagados no Brasil. Desta forma, os interessados no assunto precisam buscar outros recursos de aprendizado.

Devido à dificuldade de se encontrar uma instituição que ofereça o curso de afinação, no Brasil a solução é procurar por fábricas de pianos que ofereça o curso ou iniciar o trabalho em uma oficina de piano, após alguns anos de muita prática – muita mesmo – e muita experiência, possivelmente já estará apto o suficiente para cuidar dos
pianos sozinho

Muitos afinadores ingressam no mercado de forma hereditária, isto é, a profissão é uma tradição passada de pai para filho. Por mais que não conseguimos encontrar um afinador de piano em cada esquina, o custo para uma afinação pode ser bem mais baixo do que o senso comum imagina. De acordo com Isnards, é possível “encontrar orçamentos para a afinação que variam de R$180 a R$500. Fatores como localização geográfica e condições físicas do instrumento são determinantes para o preço do serviço.

Outro fator será do estado da afinação, se a mesma se encontra há uma frequência inferior ou superior do padrão (440Hz) e deseja-se que o piano seja afinado em 440 Hz, – ou até mesmo o inverso, o piano em 440Hz e deseja-se afiná-lo em 442Hz por exemplo – o custo será um pouco mais alto. Caso o piano possui uma manutenção frequente a afinação será somente para correção de algumas imperfeições, ai pode se encontrar menores valores, tudo dependerá do técnico

Como é um instrumento que vai além das 4, 6 ou 7 cordas, o piano demora muito mais tempo para ser afinado. O profissional pode gastar entre 50 minutos e duas horas. Em caso de reencordoamento, segundo Thatsom Isnards, “serão necessárias pelo menos 10 afinações para começar a estabilizar a afinação devido a elasticidade da nova corda”. O trabalho deve ser feito com total concentração e, se possível, em um ambiente silencioso. Em alguns locais pode haver muito barulho externo que acabam interferindo no trabalho, este é o pior obstáculo que um afinador pode encontrar, afirma o afinador.

Thatsom Isnards é clicado durante um trabalho de afinação de piano (Foto: Arquivo pessoal)

Para os pianistas, Isnards tem um importante lembrete acerca da periodicidade das afinações. Segundo o afinador, “todo fabricante de pianos sugere que a afinação do instrumento seja realizada duas vezes por ano ou no mínimo uma vez por ano dependendo da utilidade de cada instrumento”. No entanto, há determinados casos que exigem intervalos menores entre uma afinação e outra.

Em concertos, por exemplo, os pianos são afinados antes de cada um, ou seja, se tiver duas apresentações em um dia ele será afinado duas vezes. Há também pianistas, instituições que exigem mais um piano afinado, estes podem aumentar o número de afinações no decorrer do ano

Para conhecer um pouco mais sobre o magnífico trabalho de um afinador de piano, você só precisa dar o play no vídeo abaixo.

Foto de Gustavo Morais

Gustavo Morais

Jornalista, com especialização em Produção e Crítica Cultural. Pesquisador independente de música, colecionador de discos de vinil e mídias físicas. Toca guitarra, violão, baixo e teclado. Trabalha no Cifra Club desde novembro de 2006.

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