Cifra Club

5 livros imperdíveis para enriquecer seu conhecimento sobre música

O livro é um dos melhores amigos que podemos ter (Foto/Pexels)

Além de ser uma fonte inesgotável de entretenimento e conhecimento, a leitura é uma atividade que também auxilia no controle da saúde mental. De acordo com um estudo da Universidade de Toronto, as pessoas que mantém um hábito de leitura são mais criativas, conseguem enxergar novas possibilidades para lidar com rotina e possuem mais perspectivas sobre um determinado assunto.

Já que o livro e a música são combustíveis para a alma e todos estamos em constante aprendizado e evolução, listamos cinco obras para dar aquele up no seu conhecimento musical! Procuramos sugerir livros que passeiam por diversos assuntos, incluindo autobiografias e textos acadêmicos. Boa leitura, caro amigo leitor!

1. Funk-se Quem Quiser: no batido negro da cidade carioca

Há algumas décadas, o funk é um dos temas centrais para quem deseja entender um pouco mais da dinâmica cultural da cidade do Rio de Janeiro. De uns anos pra cá, o estilo se desdobrou em vários subgêneros, traçou diálogos com outros segmentos de música e até atingiu um certo ar “cult”!

Escrito numa pegada acadêmica por Adriana Carvalho Lopes, professora adjunta do Departamento de Educação da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (DES/UFRRJ) e professora colaboradora do Programa Interdisciplinar de Pós-graduação em Linguística Aplicada da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PIPGLA/UFRJ), o livro “Funk-se quem quiser no Batidão Negro da Cidade Carioca” é ideal para quem tem interesse em se jogar na imensidão cultural que é o universo funkeiro. Além do mais, como o texto é baseado em fatos e não em alegorias, romances, etc e tal, a obra também é um ótimo “primeiro passo” para o que os mais conservadores revejam seus conceitos sobre um dos estilos de música mais populares no Brasil.

Publicado há sete anos, o livro bem que poderia ter uma nova edição!

Autor: Adriana Carvalho Lopes
Edição:
Editora: Bom Texto
Ano: 2011

2. 1965: O Ano Mais Revolucionário da Música

Não é que você deve “amar o passado e não ver que o novo sempre vem”, com todo respeito ao genial Belchior. Porém, não tem como negar que do ponto de vista sociocultural, a década de 1960 foi a mais importante dos últimos 50 anos. Logo, não é de se esperar que algum pedaço daquele período seja o ano mais “revolucionário da história”.

Usando e abusando da autoridade que possui no assunto, o historiador e músico Andrew Grant Jackson narra as aventuras, descobertas e pirações de um ano que ficou na história por sua explosão de criatividade, alimentada por rivalidades entre músicos, radicais mudanças sociais em todo o mundo e os inevitáveis avanços tecnológicos. Em paralelo ao cenário musical, o autor revela a efervescência cultural que motivou mudanças tão importantes quanto as provocadas pelo Movimento dos Direitos Civis, o feminismo, os efeitos da piscodelia e o famigerado conflito no Vietnã. O livro é um relato fascinante de um ano que dividiu as águas da cultura mundial. Nem é necessário mencionar que o período proporcionou o surgimento de alguns dos maiores artistas, álbuns e músicas de todos os tempos, né?

Ainda esperamos que o século XXI tenha uma década tão poderosa quanto a de 1960!

Autor: Andrew Grant Jackson
Edição:
Editora: Leya
Ano: 2015

3. Cowboys do asfalto: Música sertaneja e modernização brasileira

Fruto da tese do historiador Gustavo Alonso, a obra foi concebida ao longo de uma jornada de oito anos de “de muito trabalho e dedicação a um tema complexo, incompreendido pelo próprio Brasil”. Cumprindo com louvor a missão de colocar os “pingos nos is”, o livro é a primeira publicação que inclui o “sertanejo” e o “sertanejo universitário” na esteira evolutiva da música “caipira”.

Ao longo do texto, o autor propõe assuntos e questionamentos que ainda driblados por muitos dos paladinos da cultura brasileira. Entre outros assuntos, Alonso debate sobre o fato de que o “caipira” é até hoje considerado música sertaneja autêntica, e a música sertaneja, feita a partir de final dos anos 60, não recebe o mesmo status. O autor também discorre sobre os motivos pelos quais, ao longo dos anos, as duplas procuraram se distanciar da música tradicional da roça e firmaram um diálogo com a cidade grande.

Depois de ler o calhamaço de 599 páginas, você vai entender como o sertanejão nasceu no campo, foi para a zona boêmia, invadiu as capitais e foi parar nas universidades.

Autor: Gustavo Alonso
Edição:
Editora: Civilização Brasileira
Ano: 2015

4.Paul Stanley – Uma vida sem máscaras

O Kiss é aquele caso raro em que todos os integrantes da formação clássica de uma banda publicaram autobiografias. Em seus respectivos livros, Peter Criss e Ace Frehley gastaram muitas páginas remoendo rancores e colocando a culpa de seus fracassos na conta de terceiros. Linguarudo em todos os sentidos, Gene Simmons dedicou mais capítulos do que deveria para mostrar o que todo mundo já sabe: o cara tem em ego do tamanho de uma galáxia. Por sua vez, Paul Stanley foi o último dos rock a contar a própria história.

Por meio de um texto ácido, sagaz e que exala sinceridade, “The Starchild” conta sua própria história e seu ponto de vista sobre a trajetória do Kiss. Por mais que tire da gaveta muitos dos episódios desastrosos, em momento algum Stanley brinca de “salvador da pátria” ou banca o “pobre menino rico”. Um dos detalhes mais legais do livro são as sempre elegantes cutucadas e puxões de orelhas nos colegas de banda e de meio musical.

Em 98% das autobiografias, sobretudo de astros de rock, o personagem principal se apresenta como um super herói! Um ser olimpiano, digno de aplausos e exemplo a ser seguido. Felizmente, Stanley faz questão de não ser “chapa branca” e mergulha fundo nos mais variados assuntos de sua jornada neste plano astral.

Autor: Paul Stanley
Edição:
Editora: Belas Letras
Ano: 2015

5. Todo DJ Já Sambou – uma história dos disc-jóqueis no Brasil

Vivemos uma época em que os DJs brasileiros conquistam cada vez mais respeito e fãs em todo o mundo. Através de entrevistas e depoimentos em primeira pessoa, “Todo DJ Já Sambou – uma história dos disc-jóqueis no Brasil” percorre toda a história da profissão, desde quando ela surgiu no país, com o primeiro DJ do Brasil, até os dias atuais, tratando da cultura clubber e dos principais DJs da cena eletrônica.

Nesta quarta edição do livro, que conta com quatro capas diferentes, a jornalista Cláudia Assef expandiu e atualizou o texto em várias frentes. Entre outras novidades, a autora coloca na mesa personagens contemporâneos como Alok, o artista brasileiro campeão de audiência nos principais serviços de streaming do mundo. A obra também reúne entrevistas que explicam a força das festas independentes e a força da bass music, que colocou o já citado Alok e o projeto Tropkillaz na estante das grandes estrelas da música internacional.

Como é recheado de entrevistas, “Todo DJ Já Sambou – uma história dos disc-jóqueis no Brasil” apresenta uma leitura divertida e surpreendente até mesmo para quem realmente pensa que manja tudo de baladas. Imperdível!

Autor: Claudia Assef
Edição: 4ª
Editora: Music Non Stop
Ano: 2017

E você, amigo leitor? Tem algum livro sobre música para indicar? Deixe o título nos comentários!

Foto de Gustavo Morais

Gustavo Morais

Jornalista, com especialização em Produção e Crítica Cultural. Pesquisador independente de música, colecionador de discos de vinil e mídias físicas. Toca guitarra, violão, baixo e teclado. Trabalha no Cifra Club desde novembro de 2006.

Leia também

Ver mais posts

Cifra Club Pro

Aproveite o Cifra Club com benefícios exclusivos e sem anúncios
Cifra Club Pro
Aproveite o Cifra Club com benefícios exclusivos e sem anúncios
OK