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3 lendas do rock latino que você precisa ouvir hoje!

Inexplicavelmente, ainda existe uma barreira cultural que parece intransponível entre os idiomas português/espanhol. Infelizmente, há brasileiros que não concordam com a realidade de que somos latinos e, por isso, torcem o nariz para a música feita por nossos vizinhos. Invariavelmente, a música latina que chega ao mercado brasileiro é direcionada ao pop radiofônico. Consequentemente, somos acostumados apenas com o trabalho de nomes como Ricky MartinEnrique IglesiasShakiraJuanes, entre tantos outros.

A extinta banda Soda Stereo é ótima, mas não é única(Foto/Internet)

Mas quando o assunto é rock, e suas mil e uma vertentes, não podemos negar que a turma que canta em espanhol manda muito bem! Pensando nesse recorte da latinidade, listamos três excelentes artistas que merecem um pouco mais de nossas atenções! Vamos pensar fora da caixa e dar uma chance ao rock latino?

Vivencia – Folk rock latino

Por meio das mentes e talentos dos músicos Eduardo Fazio (violão/voz) e Héctor Ayala (violão/voz), em 1972, o folk rock ancorou em Buenos Aires. Juntos, Fazio e Ayala formaram o duo Vivencia.

O duo Vivencia teve carreira relativamente curta (Foto/Internet)

Sob claras influências de America, Simon & Garfunkel, Donovan, entre outros, o Vivencia conseguiu achar a fórmula para fazer um som folk, mas com elementos típicos da música argentina. Apesar da popularidade da faixa “Mi Cuarto”, o duo nunca foi um fazedor de hits radiofônicos e sempre foi encarado de forma menos comercial.

A carreira do Vivencia durou de 1972 a 1984. No ano de 1986, Héctor Ayala trocou a aconchegante Buenos Aires pela ensolarada Los Angeles, onde trabalhou como compositor e se estabeleceu como artista de música cristã.  Em 2005, o duo fez uma reunião, gravou o disco “Vivencia en vivo”, mas encerrou as atividades novamente. 11 anos depois, no dia 16 de julho de 2016, Ayala não resistiu às complicações do Mal de Parkinson e veio a falecer.

Los Saicos – Inventores do punk?

Há quem acredite que o berço do punk foi algum quarto enfumaçado, ao redor dos pubs de Londres. Em contrapartida, muitos defendem a teoria de que o punk surgiu na caótica década de 70, em Nova Iorque. Para o historiador José Beramendi, no entanto, esta música revolucionária tem origens latinas, mais precisamente em Lima, capital do Peru. Segundo a teoria de Beramendi, uma década antes do surgimento de grupos como RamonesSex Pistols e New York Dolls, a banda peruana Los Saicos já disparava seus acordes raivosos.

Banda peruana esquenta debate sobre origens do punk(Foto/Internet)

No documentário “Saicomania”, Beramendi  explica que “Los Saicos foram os primeiros a tocar o que mais tarde se tornou punk. Não existia nenhum nome para o som que eles faziam, mas os riffs eram punk”. Para o músico Pancho Guevara (não há parentesco com Che Guevara), ex-baterista da banda, a formatação da sonoridade do grupo não foi proposital. “Eu não sei o que é punk. Nós queríamos tocar rock and roll, mas este é o som que saiu. Eu não sei de onde ele veio. Foi algo que surgiu quando comecei a tocar, disse.

Os historiadores da música afirmam que no início dos anos 60, bandas como The Trashmen e The Sonics faziam músicas enfurecidas. Na mesma época, Iggy Pop formou seu primeiro grupo. A hipótese sustentada pelo “Saicomania” dificulta, ainda mais, as possibilidades de definir a origem exata do punk rock.

Moderatt – Farofa mexicana

Cada país tem a banda de hair metal que merece, né não? Na estrada desde 1999, o grupo Moderatto é o dono da farofa mexicana!

Cheios de caras e bocas, os caras do Moderatto são autênticos representantes do glam (Foto/Internet)

Muita gente acredita que o Maná é o Bon Jovi mexicano! Depois de conhecer o som do Moderatto, a prosa muda de rumo e termina na conclusão de que a banda do “vivir sin aire” está mais para Roupa Nova.

Curiosidades: até 2001, o Moderatto contou com os trabalhos do baterista Randy Ebright, que abandonou o barco para se dedicar exclusivamente ao Molotov, um dos grandes ícones do rock latino.

Foto de Gustavo Morais

Gustavo Morais

Jornalista, com especialização em Produção e Crítica Cultural. Pesquisador independente de música, colecionador de discos de vinil e mídias físicas. Toca guitarra, violão, baixo e teclado. Trabalha no Cifra Club desde novembro de 2006.

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