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Fãs de rock têm maior nível de testosterona, indica pesquisa

Se as suas redes sociais mascaram um pouco o seu gosto musical, a ciência não falha! Sendo assim, com uma stalkeada básica em seu exame de sangue mais recente, o seu crush consegue descobrir se deve te chamar pra colar em um show de rock ou em um concerto de música clássica.

Brincadeiras toscas à parte, você precisa saber que um novo estudo das universidades de Nagazaki (Japão) e de Trento (Itália) indica que o nível de testosterona do seu corpo está intimamente ligado à sua seleção de artistas favoritos.

Música também é questão hormonal (Foto/Pexels)

A pesquisa analisou o comportamento de 76 pessoas, 37 homens e 39 mulheres. Durante o teste, cada voluntário cuspiu em um potinho e assim forneceu material para que fossem medidos os níveis de testosterona. Na sequência, os participantes sentaram-se em frente a um computador e foram ouvir música. Assim que os fones de ouvido fossem colocados, a tela fazia uma contagem regressiva de três segundos e iniciava a audição de um trecho de 15 segundos de música. Após a reprodução, o voluntário tinha que revelar o quanto gostou da música, escolhendo um dos quase 20 níveis de satisfação que variavam entre “Gostei muito” e “Não gostei nada”. Cada participante repetiu esse processo 25 vezes, segundo o site da revista Superinteressante.

Segundo os resultados, quanto maior o nível de testosterona do participante, maiores são as chances dele gostar de músicas que tendiam para o rock and roll, e, ao mesmo tempo, não curtir muito jazz e música clássica. A conclusão, no entanto, só vale para os indivíduos do sexo masculino.

Entre as voluntárias, “por questões biológicas”, os pesquisadores afirmaram que não conseguiram estabelecer conexões entre hormônios e partituras. Na conclusão do estudo, os responsáveis relataram que não controlaram “o ciclo menstrual das participantes”. Partindo da condição de que durante o mês o corpo da mulher vivencia diferentes picos de testosterona, a não monitoração desse fator pode ter impactos diretos em um estudo como este. “Isso pode ter servido para mascarar as associações entre os níveis de testosterona e o gosto musical”, sentenciaram.

Por sua vez, a explicação do gosto masculino pode ter relação com os efeitos comportamentais da testosterona. Muitos estudos já fizeram relação do hormônio com atitudes de rebeldia, subversão e desrespeito à autoridade. Como o rock é historicamente associado à transgressão, os cientistas entendem que os voluntários fazem essa ligação inconscientemente.

Resultados inconclusivos

Os pesquisadores admitem que como o estudo foi feito com um número pequeno de voluntários – todos japoneses de educação similar – rolou certa homogeneidade cultural no passado dos participantes.

“A influência da testosterona na nossa personalidade e gosto musical deveria ser testada e validada em outros diversos ambientes sociais e culturais”

Na prática, não dá pra saber como a testosterona se relacionaria com um brasileiro ouvindo a sofrência da Marília Mendonça ou som festeiro do Wesley Safadão, por exemplo. Não dá nem mesmo para ratificar que um indivíduo europeu ouvindo a mesma música que os participantes japoneses reagiria da mesma forma, mesmo se os níveis de testosterona de ambos fossem idênticos.

Foto de Gustavo Morais

Gustavo Morais

Jornalista, com especialização em Produção e Crítica Cultural. Pesquisador independente de música, colecionador de discos de vinil e mídias físicas. Toca guitarra, violão, baixo e teclado. Trabalha no Cifra Club desde novembro de 2006.

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