3 artistas desconhecidos que vão inspirar sua carreira
Quando começamos uma carreira, seja ela qual for, uma boa parte de nossas inspirações são os “monstros sagrados”. Na música, por exemplo, não são poucas as pessoas que começam a tocar por causa de uma determinada lenda do rock. Mas como o mundo é cheio de “ilustres desconhecidos”, listamos aqui 3 artistas relativamente anônimos, mas que certamente te apresentarão novas perspectivas acerca do profissionalismo.
1. O vovô incansável
O português João de Almeida é o maior exemplo de longevidade que há no meio musical. Com seus 102 anos de idade, Almeida está em atividade e toca bandolim no Grupo de Cantares Pedra Moura, uma banda de música tradicional portuguesa. Autodidata, ele afirma ter começado a tocar há 85 anos e nem pensa em aposentadoria. No vídeo abaixo, João de Almeida é o quinto a partir da direita.
De acordo com o jornal português Diário Leiria, João de Almeida acredita que é “pela vontade de Deus” que continua vivo e tocando bandolim.
2. O jogo sempre pode virar
O americano Glenn Copeland é músico, homem transgênero e tem 74 anos de idade. Por mais que esteja na estrada desde a década de 1970, Copeland só viu seu trabalho autoral chegar ao grande público em 2015. Como seus álbuns foram gravados e lançados de forma independente, poucas cópias chegaram às lojas. Já que as próprias composições davam poucos rec, o artista passou anos boa parte da vida adulta a interpretar canções em programas infantis de TV, como “Vila Sésamo” e “Mr. Dressup” — sempre de forma anônima.
O jogo mudou para Glenn Copeland graças a um empresário japonês que descobriu seu trabalho e investiu na divulgação de sua obra. Com o help do “cavalheiro japonês”, como descreveu Glenn em entrevista ao The Guardian, seu trabalho chegou a novos ouvintes e a gravadoras interessadas em relançarem seus discos esquecidos, como “Beverly” (1970) e “Keyboard Fantasies” (1986).
Graças ao seu exemplo de resiliência e superação, Glenn Copeland foi tema de um curta-metragem e foi chamado para ser palestrantes na “Red Bull Music Academy”.
3. Arte que muda vidas
Na constante busca pela audiência, o drama social e o caos familiar são temas de quadros de vários programas da TV aberta brasileira. O rapper britânico Bugzy Malone, no entanto, tem o costume de fazer um lance que mostra a diferença entre o sensacionalismo e a empatia. Disposto a realmente mostrar a vida como ela é, Malone costuma contratar pessoas em situação de rua de sua cidade natal para atuarem em seus clipes.
Após o lançamento do clipe da faixa “Run”, em agosto de 2018, Bugzy teve uma grata surpresa. Segundo o site Reverb, o rapper recebeu um e-mail de uma mulher que se dizia mãe de um dos figurantes que atuaram no vídeo. O jovem estava desaparecido havia cerca de um ano.
Com a ajuda do viés social do trabalho de Malone, um jovem teve a oportunidade de reencontrar sua família e recolocar a vida nos trilhos.
Gustavo Morais
Jornalista, com especialização em Produção e Crítica Cultural. Pesquisador independente de música, colecionador de discos de vinil e mídias físicas. Toca guitarra, violão, baixo e teclado. Trabalha no Cifra Club desde novembro de 2006.