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5 hits mundias que originalmente foram escritos para outros artistas

Uma música acaba sempre chegando ao destino certo (Foto/Pexels)

A vida de um compositor parece fácil, mas não é! Entre outras coisas, esse operário da arte precisa lidar com a “tal da rejeição” e acaba vendo sua música ser gravada por um intérprete que não, necessariamente, era a escolha inicial para imortalizar a obra. Porém, esses desencontros artísticos acabam virando verdadeiras histórias de sucesso e, no fim das contas, todo mundo fica rico e feliz! Confira abaixo cinco exemplos que ilustram tal situação!

1. O Rei recusa presente de um nobre súdito

David Bowie era um grande fã de Elvis Presley. Segundo dizem os mais entendidos, o Camaleão escreveu “Golden Years” para o Rei.

Bowie supostamente pediu para que sua então esposa, a famosa Angie, perguntasse a Elvis se ele queria gravar a música. Porém, ela se sentiu nervosa demais para fazer um pedido de tamanha envergadura.

Outra história diz que David Bowie realmente pediu a Elvis para gravar a música, mas o Rei não topou fazer a gravação. Bowie então acabou gravando a canção, em 1975, e emplacou uma de suas canções antológicas.

2. Outro Rei recusa presente de outro nobre súdito

Justin Timberlake e os Neptunes escreveram “Rock Your Body”, no começo da década de 2000. A ideia era que a cativante faixa fizesse parte do trabalho que Michael Jackson lançou em 2001, o álbum “Invincible”.

Segundo consta nos autos, O Rei do Pop não quis gravar a música. Um dos motivos da recusa de Jackson foi porque ele já tinha emplacado uma canção muito parecida, “You Rock My Body”.

No fim das contas, “Rock Your Body” foi parar no primeiro álbum solo de Justin e acabou consolidando o ex-vocalista principal do ‘N Sync como uma das maiores estrelas pop do planeta.

3. Perguntou se acha sexy, mas não quis saber de cuidar do físico

Em 1978, Rod Stewart usou a sua voz rouca para, em forma de música, fazer a pergunta mais repercutida daquele ano: “Da Ta Think I’m Sexy?” [“Você Me Acha Sexy?”, em tradução livre].

Alguns poucos anos depois, os compositores Steven Kipner e Terry Shaddick escreveram o hino das aulas de ginásticas da década de 80: “Physical”. A princípio, a dupla queria que Rod cantasse a música. Diante dos típicos desencontros da indústria, a canção acabou caindo no colo de Olivia Newton-John, que colocou toda uma geração para malhar!

Décadas e muitos milhões de dólares depois, o Entertainment Weekly perguntou à Olivia se ela sabia que a música foi feita para o seu velho amigo Stewart. Totalmente surpresa, ela alegou que não fazia ideia do propósito dos autores: “Na época, eu não estava ciente sobre ela ter sido escrita para Rod. Qualquer dia desses, eu falarei sobre esse assunto com ele”, disse ela.

4. Quando a falta de tempo faz muito bem

Na década de 1990, a banda Aerosmith estava com a carreira de volta aos trilhos e acabou sendo contratada para escrever uma balada poderosa para a trilha sonora de “Armageddon”, um filme estrelado pela filha do vocalista Steven Tyler, Liv Tyler.

No entanto, uma extensa turnê acabou tomando todo o tempo do quinteto e os chefes da gravadora sugeriram que a banda escolhesse uma canção escrita por outro compositores. Uma das músicas apresentadas foi “I Don’t Want to Miss a Thing”, obra da hitmaker Diane Warren.

Originalmente, a música foi escrita para outro artista, mas o Aerosmith fez uma demo e a gravadora adorou. Em 2016, Warren revelou que a ideia da canção pintou a partir da história de um cara que não gostava de dormir, pois sentia falta de sua esposa. A compositora, inclusive, revelou que fez a letra com uma voz feminina em mente.

“Quando eu escrevi, pensei que acabaria sendo gravada por Céline Dion ou alguém assim. Mas é muito mais legal ouvir alguém como Steven Tyler – esse roqueiro machão, esse cara incrível – interpretando essa letra”, disse.

5. Ficou ótimo, mas poderia ter ficado excelente?

Por volta de 1999, o mundo novamente se rendeu aos acordes de Santana. A bordo do álbum de duetos “Supernatural”, o lendário guitarrista mexicano viu sua arte chegar a um público mais jovem e guiado pelas FMs e MTV.

Entre outras faixas memoráveis, o álbum imortalizou “Smooth”. A faixa é fruto de uma parceria entre o compositor Itaal Shur e o vocalista Rob Thomas, líder da banda Matchbox Twenty, que inclusive gravou a música no disco de Santana. Porém, o próprio Rob já declarou que a canção foi feita pensando em outro intérprete.

Ele disse à Billboard: “Quando terminamos a música, surgiu a conversa sobre quem deveria colocar a voz. Não creio que eu estava entre os cotados. O primeiro nome da minha lista foi George Michael. Na verdade, eu tinha George em mente quando gravei os vocais. Se você ouvir a melodia e a cadência, perceberá que é uma tentativa de imitar o estilo dele”, disse.

A dobradinha Santana + George Michael acabou não rolando, conforme você já sabe. Felizmente, de um jeito ou de outo, “Smooth” acabou ganhando vida própria e conquistou um lugar entre as canções mais bacanas do final do século XX.

Foto de Gustavo Morais

Gustavo Morais

Jornalista, com especialização em Produção e Crítica Cultural. Pesquisador independente de música, colecionador de discos de vinil e mídias físicas. Toca guitarra, violão, baixo e teclado. Trabalha no Cifra Club desde novembro de 2006.

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