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Sobrevivente do Holocausto, mulher de 97 anos é vocalista de metal

Banda mostra que limitação é algo autoimposto (Foto/Divulgação)

Se você tem vontade de montar uma banda, mas desanima quando pensa na trabalheira que dá, uma senhora de 97 anos tem a lição perfeita para te dar. Estamos falando da austríaca Inge Ginsberg, sobrevivente do Holocausto Nazista, um dos maiores genocídios da história, e atual vocalista da banda de heavy metal Inge & the TritoneKings.

A simpática vovó do metal cresceu ouvindo valsa, mas viu no subgênero do rock a melhor maneira de canalizar seu talento para escrever poesia.  Inge também revelou que foi fazer música porque sentia que ninguém queria ouvir as histórias e as opiniões dos mais velhos.

“Não sei cantar. Por isso, o heavy metal é o ideal, pois, só tenho de dizer as palavras”, disse.

O repertório da banda é escrito em inglês ou alemão, língua materna da vocalista. Em suas letras, Inge costuma abordar assuntos de relevância para o mundo, como a proteção do meio-ambiente, a autoaceitação e a empatia.

Formação da banda

A banda surgiu depois de um encontro com jovens músicos em Nova York, há alguns anos. O audacioso projeto Inge & TritoneKings foi criado com o objetivo de tentar uma premiação no tradicional concurso de música “Eurovision”.

Como tem cidadania suíça, Inge teve a chance de se apresentar em um reality show exibido no país similar ao “America’s Got Talent”. O vencedor da competição conquistaria uma vaguinha no “Eurovision”. Trajando um impecável vestido vermelho, ela apresentou o tema “Trümmer”, que em alemão quer dizer “destroços”.

Verdadeira inspiração

A história de vida de Inge Ginsberg é uma verdadeira inspiração. Nascida em um rico berço judaico, ela dividia a vida entre a mansão rural da família e a vida na cidade grande. No começo da década de 1940, os Ginsbergs não escaparam das atrocidades nazistas e entraram para a estatística de vítimas da Segunda Guerra Mundial.

A vovô que todo camisa preta quer ter (Foto/Divulgação)

Por volta de 1942, com a ajuda de um contrabandista, a mãe de Inge trocou joias por um plano de fuga para a Suíça, onde, a princípio, a família ficou como refugiada. Posteriormente, a nossa heroína descolou um emprego nas forças armadas americanas e trabalhou espionando os nazistas, além de coordenar grupos de resistência. Alguns anos depois da guerra, ela e o primeiro marido foram viver em Los Angeles, nos EUA. Vivendo o sonho americano, Inge colocou seu talento na mesa acabou trabalhando como compositora para estrelas da música em Hollywood, como Dean Martin, Doris Day e Nat King Cole.

O recorte acima é apenas um trecho de uma história que é tão inspiradora, mas tão inspiradora, que motivou um documentário realizado pelo The New York Times, o jornal mais importante do mundo. Dê o play e confira o resultado:

Foto de Gustavo Morais

Gustavo Morais

Jornalista, com especialização em Produção e Crítica Cultural. Pesquisador independente de música, colecionador de discos de vinil e mídias físicas. Toca guitarra, violão, baixo e teclado. Trabalha no Cifra Club desde novembro de 2006.

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