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5 cuidados básicos que todo músico deve ter com as mãos

O músico precisa ter uma série de cuidados com as mãos

Todo músico precisa ter cuidados com as mãos (Foto/Pexels)

Ter uma boa metodologia de estudos, ser dedicado e “pensar fora da caixa” estão entre as boas práticas que nós músicos precisamos adotar. Acontece, porém, que a gente quase não presta atenção num fundamento importantíssimo para o nosso desenvolvimento musical: o cuidado com a saúde.

No texto de hoje, vamos tratar desse assunto tão importante, mas relativamente pouco comentado. Ao longo das próximas linhas e parágrafos, a conversa vai girar em torno dos cuidados que precisamos ter com as nossas mãos. Afinal de contas, tanto a canhota quanto destra nos ajudam a transformar em música todas as nossas emoções e sonhos.

Vamo lá?

1. Aqueça as mãos antes de tocar

Tente separar os primeiros dez ou vinte minutinhos do seu estudo diário para realizar movimentos sem uma responsabilidade musical, isto é, antes de pegar no seu instrumento para estudar ou fazer um som, aqueça suas mãos. Além de ser importante para a parte física da coisa, essa prática te ajudará a aumentar a fluência dos seus dedos e, consequentemente, seu desempenho será bem mais satisfatório.

Você pode começar fazendo movimentos, massagens e esfregando as mãos e os dedos. Na sequência, parta para o aquecimento com o instrumento. Nesta etapa, procure executar padrões básicos de movimento dos dedos, como cromatismos, pequenos padrões de notas e escalas, exercício de independência das mãos e dos dedos.

Deixe as mãos livres, leves e soltas

Aqueça bem as mãos e dedos antes de começar a tocar (Foto/Pexels)

Outra modalidade de aquecimento interessante é a de mergulhar as mãos e antebraços num recipiente com água morna. Com esse procedimento, a temperatura desta região do corpo irá se elevar e rapidamente você perceberá o aumento do fluxo sanguíneo no local e se sentirá mais ágil, veloz e livre.

Atenção: jamais tencione a suas mãos sem que elas estejam devidamente pré-aquecidas. Desta forma, as lesões musculares serão evitadas com mais facilidade. Melhor usar alguns minutos aquecendo do que sofrer com problemas que te deixarão dias sem tocar.

2. A importância das pausas

A Lesão Por Esforço Repetitivo (LER) é um dos pesadelos mais assustadores na vida de um instrumentista. Quando num estágio mais avançado, essa doença pode impossibilitar um músico de tocar seu instrumento.

Outra enfermidade que pode nos atormentar é a Distonia, um tipo de distúrbio de movimento que impossibilita que o músico exerça suas atividades. Essa doença compromete a coordenação motora e afeta os músculos de forma incontrolável. Traduzindo: os músculos não respondem mais como de costume.

Sabe o que a LER e a Distonia têm em comum? A resposta é simples:

  • ambas são causadas por movimentos e esforços repetitivos.

Apesar da gravidade, as inimigas relatadas nos três parágrafos acima não são invencíveis. Com um pequeno truque, a gente consegue prevenir essas doenças tão assustadoras. E aí que entra em cena o protagonismo do verbo “descansar”!

O descanso é fundamental para o músico

A pausa é providencial para a saúde do músico (Foto/Pexels)

Não passe mais do que 60 minutos treinando sem pausa. Descanse por uns 10 minutinhos e depois retome com os estudos ou ensaios. Assim que encerrar as atividades musicais, faça exercícios de relaxamento.

Se além de músico você também trabalha com computador, a sua atenção deve ser redobrada, pois, suas mãos desempenho muitos movimentos e esforços repetitivos. Logo, as pausas valem tanto para seus estudos quanto para as sua atividades laborais.

3. Alongamentos

Os alongamentos são sempre bem-vindos! Esticar os músculos dos braços, antebraços, costas, pescoço, mãos e dedos é algo simples e muito eficaz. Além de mais conforto ergonômico, essa boa prática aumenta o rendimento e a desenvoltura do músico.

O alerta neste caso é bem simples: evite longas sessões de alongamentos. Você pode acabar puxando ou esticando de maneira exagerada as suas mãos e dedos e, no final das contas, ganhar dores ou distensões.

 Confira o que o Naldão pensa sobre alongamentos:

4. Relaxar é preciso

Por mais que estejamos concentrados na hora de tocar, devemos lembrar que fisicamente o mais correto é manter certo nível de relaxamento.

Se você perceber que começou a tencionar demais as mãos – ou qualquer outra parte do corpo – enquanto toca, desacelere e procure voltar ao estágio de repouso. Volte de maneira lenta e procure observar os motivos que te levam a tencionar a musculatura. Procure executar o movimento sem utilizar uma tensão acima da necessária.

As mãos precisam estar relaxadas para uma boa prática musical

As mãos precisam estar “livres, leves e soltas” (Foto/Pexels)

Mantenha-se relaxado antes, durante e depois da prática musical diária. Enquanto estiver estudando ou fazendo um som, tenha o hábito de relaxar a cada quinze ou vinte minutos. Coloque o instrumento no suporte e estique novamente as mãos e os braços.

5. Em caso de dor, pare de tocar

Antes de entrarmos nesse assunto, vamos esclarecer um lance: “pare de tocar” não quer dizer “abandone o instrumento”. Dito isso, informamos que o papo de “no pain, no gain” é mais licença poética do que verdade incontestável.

A mão é o elo entre o cérebro do músico e o instrumento. Não levar uma pequena dor a sério, fatalmente, abre brechas para que “essa simples dorzinha” evolua e cause danos seríssimos. Sendo assim, ao sentir qualquer tipo de dor, você deve procurar repousar as mãos imediatamente e só voltar a tocar no dia seguinte ou, no mínimo, algumas horas depois.

Se as mãos estão doendo, pare de tocar

Em caso de dor nas mãos, não deixe de procurar ajuda médica (Foto/Pexels)

Se depois dos descanso dores persistirem, procure um especialista. Médicos especializados em medicina do esporte, ortopedistas, reumatologistas e os profissionais da acupuntura serão os mais indicados para indicar um tratamento eficaz.

Não queremos te assustar, amigo leitor, mas problemas como tendinite começam na dor. Por isso, descarte a automedicação e não use “São Google” para encontrar soluções milagrosas para as dores musculares.

Por fim, mas não menos importante:

Se você chegou até aqui, certamente percebeu que é ideal manter as mãos, dedos e braços aquecidos, alongados e relaxados. Desta maneira, a trinca cérebro, mãos e instrumento estarão sempre em perfeita harmonia. Consequentemente, os melhores resultados aparecerão.

A seguir, você confere um vídeo para dar aquela otimizada em seu aquecimento:

Foto de Gustavo Morais

Gustavo Morais

Jornalista, com especialização em Produção e Crítica Cultural. Pesquisador independente de música, colecionador de discos de vinil e mídias físicas. Toca guitarra, violão, baixo e teclado. Trabalha no Cifra Club desde novembro de 2006.

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